Aquele ano marcava o início do mandato de Fernando Collor, que faria da CSN, uma das primeiras estatais a se tornarem vítimas da política de entrega do patrimônio nacional para o grande capital estrangeiro, através das privatizações.A entrega da siderúrgica para o imperialismo foi feita pela burguesia nacional com apoio integral da imprensa capitalista, que orquestrou uma enorme campanha em favor da privatização da CSN.
Tal operação não era à toa. A CSN foi criada em 1941 e iniciou suas operações cinco anos depois, em 1946. Foi a maior e mais moderna siderúrgica de todo o hemisfério Sul. Foi importantíssima para a industrialização brasileira e abastecia de maneira direta ou indireta mais de 30.000 empresas. A produção da CSN atingiu seu auge em 1989 com 3,42 milhões de toneladas de aço, o equivalente a 0,5% da produção mundial do setor. Esta produção fez com que o País arrecadasse naquele ano, 2,2 bilhões de dólares e um faturamento 20% maior que o do ano anterior, 1988. Somente o faturamento da CSN já representava, na época, 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Estes dados mostram como havia motivos de sobra para que o capital estrangeiro ficasse de olho neste patrimônio.
Ao mesmo tempo que prosperava economicamente, a CSN por outro lado não revertia em nada estes ganhos para os trabalhadores. Os quase 30.000 trabalhadores siderúrgicos que produziam esta riqueza estavam há anos com acúmulo de perdas salariais.
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