A ocupação da CSN foi o início de uma enorme greve dos metalúrgicos da empresa que durou mais de 30 dias e que foi um exemplo de luta contra a privatização, o arrocho salarial e os demais ataques do governo Collor contra os trabalhadores. Apesar de derrotada pelas direções sindicais sem a conquista de nenhuma das reivindicações e ainda o pagamento dos dias parados, a demissão de lideranças das fábricas e também de diretores do sindicato, a mobilização dos trabalhadores da CSN impulsionou a luta em diversas categorias de trabalhadores do serviço público que estavam ameaçadas com a privatização. A mobilização não só agrupou trabalhadores, mas teve amplo apoio popular da cidade de Volta Redonda.
Três anos depois, Collor privatizou a empresa e provocou a redução do número de trabalhadores a um terço. Passou de quase 30.000 operários para 9.800. Esta foi uma das primeiras privatizações da década de 1990.
Mesmo durando apenas um dia, a ocupação foi amplamente atacada tanto pela direção do sindicato quanto pela direção da empresa, pelo governo e também teve grande repercussão na imprensa burguesa.
A campanha contra a ocupação foi tão grande que mesmo muitos dias depois de ter sido derrotada, o fato foi assunto em um editorial de O Estado de S. Paulo, porta-voz da burguesia nacional e internacional no Brasil. Neste artigo, o jornal caracterizou o posicionamento e o medo da classe dominante diante da ocupação da CSN pelos :“A ocupação das fábricas numa greve priva os empresários da posse – e do controle – de seu patrimônio, colocado permanentemente em risco, mesmo que se saiba que a legislação penal permite responsabilizar quem atentar contra as instalações industriais. Essa garantia da lei penal, no entanto, nunca impediu que lideranças mais radicais – inspirados em processos adotados na Europa em contextos revolucionários – fizessem da ocupação, poderoso instrumento de pressão contra os empresários. A ocupação está, para a luta sindical, como a perda de terreno na guerra clássica. Perdido o controle da fábrica, o empresário é privado de elemento precioso nas negociações – e os grevistas conquistam vantagem dir-se-ia estratégica. (...)” (O Estado de S. Paulo, 18/5/2009).
O método de ocupação de fábrica foi de vital importância para impulsionar a greve da CSN e deve ser utilizado como uma ferramenta dos trabalhadores contra os patrões, contra as demissões, o arrocho salarial etc.
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